25 de maio de 2011

Revolução de Maio

Pense rápido: em que ano foi a Independência do Brasil?
Se você demorou mais de 30 segundos para responder ou se não consegue lembrar de jeito nenhum (eu não consegui lembrar sem "googlar") não se preocupe. Brasileiro é assim mesmo hehehe
O que quero dizer é que nesse tempo que tenho passado aqui estou vendo como os argentinos são nacionalistas. Já havia escrito aqui que me espantou a "devoção" com a política, onde a Cristina e o Kirchner, por exemplo, são tratados como mártires (além de San Martín, Belgrano, Perón, Evita...). Também na universidade sempre há manifestações e cartazes declarando a desaprovação de algo ou o apoio explicito a alguém ou algum partido. Antes de vir para cá já tinha um pouco essa ideia, como a questão de eles tratarem sobre a ditadura de forma muito mais aberta que a gente, mas chegando aqui tive a noção do tamanho do nacionalismo.
O legal foi ver que não são só os argentinos que são assim, mas os sul-americanos de uma forma geral. Em várias conversas sobre política eu ficava até meio mal por não saber informações sobre os países da América Latina, só do Brasil (e olhe lá, como o caso do ano da Independência...). Conversei com várias pessoas que sabiam quem era presidente dos países, a situação política atual, etc... Isso eu vejo também nas aulas. Esses dias um cara falou sobre o Bolsa Família! Eu lá ia saber de algum tipo de programa daqui da Argentina! Muitas vezes quando surge algum assunto sobre economia, desenvolvimento, eles quase sempre falam "da América Latina" e não só "da Argentina", ao contrário da gente que sempre pensa "no Brasil". É claro que estou convivendo com pessoas mais "intelectuais" e que também não dá pra negar que o Brasil anda bem conhecido ultimamente, mas mesmo assim, me espanta o conhecimento deles.
Também penso que o que contribui muito para o conhecimento geral entre os sul-americanos de língua espanhola é o fato de compartilharem um pouco de história. San Martín, por exemplo, lutou pela liberdade da Argentina, Chile e Peru, além da questão de todos serem ex-colônias espanholas e tals. O Brasil por ter sido o único aqui a ser colônia portuguesa acabou meio "isolado". Mas sei lá, pra mim isso não justifica o nosso "egoísmo".
Estou falando de duas coisas distintas, mas que ao mesmo tempo têm a ver. Para mim brasileiro não é nacionalista e muito menos conhece a história dos "vizinhos", também, pudera, a gente mal sabe a nossa própria história, imagina dos outros. Aqui, ao contrário, eles conhecem muito bem sua história e assim se dedicam também a conhecer a história dos demais.
Há um tempo no jantar que fizemos e estavam presente alguns argentinos começamos a ver as notas e moedas da Argentina e do Brasil. Os argentinos sabiam quem eram as pessoas que estavam estampadas e um pouco da história, enquanto nós brasileiros não tínhamos certeza quem foi Deodoro da Fonseca (na moeda de 25) e muito menos sabíamos quem foi Rio Branco (na moeda de 50).
É claro que não dá pra julgar se um povo é patriota ou não com os exemplos que dei aqui e muito menos dá pra generalizar nações do tamanho do Brasil e da Argentina. Só tentei descrever um pouco do que estou sentindo aqui. Também pode ser que eu esteja totalmente equivocada, já que tomei como base o meu conhecimento do conhecimento dos brasileiros...

Estou escrevendo isso porque hoje, 25 de maio, aqui na Argentina é o feriado da Revolução de Maio, que se trata da luta pela independência. Não é o dia da Independência (que é em 9 de julho), mas a luta por ela. Agora me diz: há isso no Brasil? Na minha cabeça não houve luta, guerra pela liberdade. Teve o Tiradentes que morreu por caguete. E comemorar esse dia é muito importante aqui, tanto que ano passado foi o 200º aniversário e foi suuuper comemorado. Faz uma semana que a cidade toda está enfeitada com bandeiras da Argentina: ônibus, universidade, praças, casas, prédios, até sites e programas na televisão... No comedor estavam dando escarapelas com as cores da bandeira. Sabe, você vê uma paixão pelo país e isso eu acho muito legal. O mais perto que eu lembro disso no Brasil, é quando eu estava na 1ª série e tinha que fazer listras amarelas e verdes no meu caderno na semana da pátria. Hoje o 7 de setembro é praticamente só um feriado com desfiles e uma semana inteira sem aula na USP.

Até a água das fontes estavam azuis!


Enfim, espero ter passado um pouco das minha impressões. Não quis generalizar e muito menos dizer que um povo é melhor ou pior que o outro por saber datas, nomes, etc; são simplesmente diferentes. E para mim seria muito bom se o brasileiro fosse um pouco mais conhecedor da sua história. Não precisa ser patriota e venerar políticos, mas ao menos conhecer suas origens e não ser ignorante. Ficaria horas aqui falando sobre esse assunto, mas o post já tá gigante. Quem se interessar, falamos mais sobre isso quando eu voltar ;)

Hoje, para comemorar o feriado fomos comer feijão! Hheheh bem argentino, né? É que os pais da Má estiveram aqui semana passada e trouxeram feijão do Brasil, aí nos juntamos para comer =] Também a partir dessa semana nosso grupo vai ficar mais desfalcado... O Oscar vai para o Brasil e só volta quando já tivermos ido embora e a Nerea vai ficar 1 mês viajando por outros países. Então, aproveitamos para fazer uma "despedida".


Bom, sobre o ano da Independência, é 1822. Depois que vi a cara de espanto do Miguel quando viu que eu não sabia de cór, acho que nunca mais vou esquecer essa data! hehhhe

24 de maio de 2011

Segunda, terça...

Mais uma semaninha aqui. Essa vai passar rápido! Mil coisas para ler para a prova e preparativos para a viagem pro Chile.
Ontem, só coloquei o pé pra fora para por o lixo na rua. Dia todo lendo, lendo, lendo... Ah, detalhe que não consegui ir a aula por causa do frio. Acordei, coloquei o braço pra fora da cama e não deu. Depois fiquei com mó peso na consciência....
Hoje tive que ir, né! Pique total, 7:20, 5ºC, estava de pé ¬¬
O ruim de acordar cedo (e que se for ver nem é tão cedo assim, em Bauru essa hora já estava no estágio) é que ainda está escuro... Tem gente que madruga do dia 31 de dezembro pro dia 1º pra ver o sol nascer. Eu aqui to vendo pelo menos 2 vezes por semana. Chega a ser bonito quando eu vou caminhando pra facul  e vejo o começo do dia e durante a aula a gente vê o sol ficando mais forte. Maaaaas, o frio é bem pior nessa hora =/ E ainda estamos em maio...
E o mais chato ainda é passar por esse frio só para ter 1 hora de aula! É sério, hoje parece que foi cronometrado, a aula começou 8:07 e acabou 9:07. Po*** por que não coloca então as duas aulas no mesmo dia???

Hoje no comedor comi um prato típico daqui chamado locro, que é servido no dia 25 de maio (Feriado da Liberdade). Como amanhã é feriado, eles serviram hoje. É uma sopa com feijões brancos bem grandes, milho ralado, algumas carnes como linguiça e abóbora. Eu não sou muito fã de sopa, mas curti comer por causa do valor e tals.

Também comi foie gras e saucisse que são patê de fígado de pato e salame, vindo diretamente da França! hehhe A irmã da Pauline chegou ontem e trouxe essas regalias. Sempre quis experimentar o  foie gras! Até que gostei. Para mim lembrou um pouco carne de porco, mas com um sabor mais fraco. Agora só falta eu conhecer a carne de pato. Um dia... um dia...

22 de maio de 2011

E o tempo...

Semana chata, difícil de passar...
Tirei a segunda feira pra fazer exatamente nada. Estava exausta e só fiquei no pc escrevendo aqui e vendo coisas banais.
Na terça não tive aula, então fui com a Julie pela manhã lavar roupa e no mercado. Almocei no comedor e fui na aula de espanhol.
Tirei a quarta para estudar, mas adivinha: não estudei. Na próxima quinta tenho prova de Teoria e tinha colocado na minha cabeça que ia estudar essa semana para adiantar e tals, mas não deu... ultimamente não consigo me concentrar. Além dos textos serem muito chatos. Comecei a ler e tals, mas muito pouco.
Na quinta pela manhã fiz umas tarefas de espanhol, fui ao comedor e a aula espanhol. Também não tive aula de Teoria [as faltas de aula é porque está tendo banca de exames na facul]. Na quinta uma amiga da Julie, Nicole, chegou de Buenos Aires. Ela é da Dinamarca também e está fazendo intercâmbio aqui como a Julie. Gente nova, temos que sair. Fomos num restaurante japonês. Eu curti muito a ideia porque foi a primeira vez que fui num restaurante assim de verdade. E as meninas conheciam os pratos e tals, o que também foi legal, porque eu sou uma negação nesse tipo de comida hehhe. O chato da história só foi a conta... Um pouco absurdo pelos padrões que to acostumada a gastar aqui, mas dentro do normal num jantar como esse no Brasil. Tudo muito gostoso e de bom gosto.

Na sexta... bom, mais um dia para estudar. Na teoria... Acordei com enxaqueca e foi mais um motivo pra falta de concentração. Tomei remédio e decidi dormir um pouquinho para a dor passar... Acordei às 18:45 com um recado da Julie embaixo da porta: fomos ao shopping, vamos ao cinema às 20:30. Tomei banho voando e corri pro ponto de bus. Peguei bem a linha que mais demorava, cheguei no cinema 20:20. Assistimos Piratas do Caribe 4. Não tava muito afim, mas fui para sair com o pessoal e tals. Definitivamente ficar sozinha em casa não está me fazendo bem. O filme é mais do mesmo. Vale pelo Jonny Depp.
Fim de semana sabia que não ia estudar. Hoje [domingo] é niver da Julie, então ontem teve uma festinha aqui em casa. Pela manhã fui ao centro caçar chocolate granulado para fazer brigadeiro (só achei "açúcar" granulado, na cor marrom, que não é bem como estamos acostumados no Brasil, mas deu pro gasto). Passei quase a tarde toda cozinhando brigadeiro e beijinho, com direito a enrolar e colocar no copinho (sei lá como chama aquele negócio de papel que coloca os docinhos).
À tarde fiquei meio chateada. Ontem, 21 de maio, a Patrícia, minha mais velha amiga de infância (sério, não lembro do dia que a conheci. Para mim ela sempre fez parte da minha vida) se casou. E o pior: era para eu ser madrinha. Ela me contou isso em fevereiro, pouco tempo antes de eu vir para cá. Fiquei muito feliz, surpresa e chateada ao mesmo tempo, por não poder estar presente... A Paty até me enviou por email o convite do casamento! hehhe Minha mãe que acabou me representando lá. Triste mesmo isso... Bom, um preço que tive que pagar, entre muitas coisas que perdi com esse intercâmbio. (Tá, tá, eu sei que também estou ganhando muitas outras).

Bom, voltando ao níver da Julie. À noite o pessoal veio aqui em casa, pouca gente, só os mais chegados mesmo. Teve salgado e bolo francês, doce dinamarquês, além dos doces brasileiros. A mãe da Julie mandou por correio várias coisinhas da Dinamarca, vela, guardanapo... Lá é costume no dia do aniversário comemorar com bandeiras do país. Estranho, né?


Foi bem divertido. Depois saímos para um boliche. Sério, não tô tendo sorte em baladas aqui, ou eu que sou muito exigente (essa alternativa acho mais provável). A que fomos ontem, sei lá, muito apertado, gente estranha, todo mundo se esfregando, DJ péssimo que mudava de uma música pra outra nada a ver, além do eterno cheiro de muuuito cigarro. Ou era eu que não tava legal... Enfim, todo mundo borracho e só eu tendo que ajudar os amigos. Um que perde a câmera, outra que decide ir embora e sai correndo, outra que se tarraca com um, outra que vomita... ai ai, tempo que eu não dava uma de amiga na balada.
Mas sempre é engraçado. Tudo vale pela volta no táxi com várias risadas tentando explicar tudo o que aconteceu hehhe Além do dia pós-festa, que no caso é hoje... São quase 3 da tarde e as meninas ainda estão dormindo. Já levantaram, já vomitaram, já beberam água... E eu aqui, tomando coragem para estudar. A parte de baixo da casa tá uma zona. Dei uma geral quando acordei, mas tá bem sujo ainda. E pra ajudar a Maria me toca a campainha pra vir colocar cortina! Ela queria é ver como ficou a casa depois da festa, já que ela não foi convidada. Mas até trouxe um presente pra Julie e queria fazer um churrasco hoje para comemorar o níver dela. Mas pelos ânimos aqui, acho que não vai rolar hehhe

Hoje faltam exatas 8 semanas para eu voltar. Não vejo a hora de ver pessoas queridas, mas ao mesmo tempo... Não quero enfrentar o que me espera.

16 de maio de 2011

Uspallata

Até o último minuto não sabia o que ia fazer neste fim de semana. Na sexta foi a festa de boas vindas da universidade para os intercambistas (sim, agora, em maio... Pensa que facul zuada é só no Brasil?!) e havia uma viagem por um dos diretórios da Facul de Ciências Políticas para um Congresso sobre saúde da Am. Latina, em Maldonado, Uruguay, bem perto de Punta del Este. E ainda a Pauline e Julie programaram de ir para as montanhas, em Uspallata, uma vila perdida no nada.
Bom, a viagem pro Uruguay era bem atrativa, porque ia custar só 300 pesos, mas decidimos ir muito em cima da hora e não havia mais lugar. Optei então em ir para as montanhas.

Confesso que estava receiosa, com medo de passar frio e tals. Além de que, as meninas programavam de andar de cavalo e, quem me conhece, sabe que eu não sou muito fã disso... Mas enfim, mas uma vez "open my mind" e simbóra!

Na quinta foi aniversário do Alexis, o que nos fez ir pra cama às 3 da manhã. O ônibus saia às 8. Quase perdemos por que o táxi atrasou. Nem preciso falar que eu, Pauline, Julie e Nerea dormimos o caminho todo, né? Foi um pouco menos de 2h de viagem. O bus deixou a gente no hostel, que fica na estrada. Chegando lá a surpresa de sermos as únicas hospedes. Sexta-feira 13, quatro meninas sozinhas num hostel no meio do nada. Parecia filme de terror. Mas o lugar era bem agradável e com uma paisagem liiiiinda!
Quintal do hostel

Bom, na sexta queríamos fazer trekking, mas não tinha. Então fomos caminhando até o "centro" para comer algo. Eram 6 km. Caminhamos, caminhamos, caminhamos... Lindas paisagens, mas quando chegamos na estrada para cruzar decidimos parar e pegar um bus. Eis que estávamos lá, esperando o bus e chega um policial numa caminhonete: "Para onde vão? Sobe aí, eu levo vocês". hhehhe
Bom, chegando lá, uma rua, literalmente, almoçamos num restaurante. Depois fomos num café tomar algo quente e depois num outro café comer algo doce heheh Nossas vaigens são assim, caminhar pra comer e comer pra caminhar. No fim da tarde a Antonia, uma alemã amiga da Pauline que está vivendo no Chile, se encontrou com a gente. Pegamos o bus de volta pro hostel e lá descansamos porque o outro dia ia ser punk.

Sabadão. Num frio considerável, 5 cavalos nos esperavam. Sério, eu não lembro a vez que montei num cavalo. Acho que tinha uns 4 anos e na foto estava com uma cara de medo. Todas as meninas tinham alguma história ruim sobre cair do cavalo, menos eu, já que nunca havia andado de cavalo. Quando trabalhei nas revistas de cavalo ficava receosa de chegar perto. Foi um grande desafio pra mim, mas ao mesmo tempo engraçado. Eu só tinha medo do cavalo disparar e eu eu cair, mas estava muito afim de fazer aquilo, de quebrar mais esse medo. E também os caras não iam ser loucos de colocarem qualquer cavalo pra turistas sem-noção que vão pro meio do nada, né??? Sempre pensava nisso. Fomos com um guia, o Damian, que pra mim tinha 18 anos. Ele era bem atencioso, mas quase não falou o caminho todo. Isso achei meio ruim, seria legal se ele falasse algo sobre o caminho, curiosidades e tals.

Meu amigo Campero

Bom, foi tudo bem tranquilo, até começar a subir as montanhas. Por que não basta a locona aqui andar de cavalo, ela tem que subir montanha! Bom, nessa hora eu só pensava: o cavalo não é suicida, ele não quer cair, então eu também não caio.
Passado a subida teve bastante caminho plano. Ah, detalhe, tinha opção de cavalgada de meio dia e dia todo, adivinha qual as meninas escolheram??? Sim, foi mais de 2h andando, andando... Nessa hora eu pensava: "Meo, se alguém se machuca aqui, não chega carro, ambulância, nada! O que eu tô fazendo aqui???" Mas aí lembrava: provando seus limites e fazendo história pera contar pros netos.

Havia um cavalo que era o "chefe", ele sempre ia na frente, sabia todo o caminho e os outros o respeitavam muito, nunca o passava. O meu teimava que sempre queria ser o 2º e quando algum o passava, ele dava uma trotadinha para ir na frente. Nessas horas eu ficava meio com medo, mas foi sussa. Depois de muito andar, chegamos. Eba! E o Damian: "Agora é só subir". Eu tinha esquecido que ainda tinha trekking ¬¬
Começamos a subir, numa trilha a beira do abismo e muuuito íngreme, sério, tinha lugar que tinhas uns 60º. Eu subi uns 100 metros acho e de repente comecei a respirar muito rápido. Foi muito estranho, nunca tinha acontecido isso comigo antes. Meu coração disparado e não conseguia falar. Estávamos a 3 mil metros de altura. Acho que por isso e talvez tenha ficado com medo de cair, não sei, só sei que não conseguia mais. Ainda tinha mais 1 hora de subida até o topo. Desisti, tinha atingido meu limite. As meninas e o guia continuaram. Fiquei ali, sozinha, num horizonte sem fim e num silêncio que nunca senti na minha vida. Nem o vento fazia barulho, só escutava minha respiração e meu coração. Foi lindo. Nunca vou esquecer. Fiquei ali mais de 2 horas. Comi, cochilei, vi o pessoal lá no topo, tirei fotos e tomei sol. Só que a esperta não estava com protetor e nem se tocou que tava bem perto do sol. Resultado: marcas do óculos na cara.

Bom, quando eles voltaram, mais cavalo. Fomos numa ex-mina de cobre e num mirador. Nessa hora já não aguentava de dor nas pernas e na bunda. O que eu não tinha andado de cavalo em 22 anos, andei nesse dia. No total foram umas 5 horas. Na volta estava preocupada em como os cavalos iam descer o caminho que subimos, mas voltamos por um outro caminho. Ainda bem!
Chegamos no hostel acabadas e imundas. (cavalo fede, né?) Pra janta tinha um churrasco nos esperando. Era muito engraçado, por que nenhuma de nós conseguíamos sentar hahahha Era muita dor na bunda e nas costas, perna, braço, tudo doia. (E ainda dói... )

No sábado pegamos um bus às 9 e fomos para Puente del Inca, umas 2 horas de onde estávamos. Outra vez, no meio do nada, mas com paisagens lindas!

Decidimos que íamos ao Parque Aconcagua, afinal o moço da lanchonete onde deixamos nossas mochilas, disse que era 2km. E de novo caminhamos, caminhamos... Todas doloridas, num frio, depois num calor... Sempre seguindo a trilha do trem. Depois de mais de uma hora (a gente parava muito para tirar foto hihihi) vimos finalmente uma montanha com gelo! Era o Aconcagua. Cruzamos para a pista e perguntamos para um pessoal de excursão que tiravam fotos se está perto: mais 300 metros.
Finalmente chegamos. Exaustas e famintas. Dentro do Parque eram mais 2, 3 km. Não dava pra gente. Estávamos muito cansadas e ademais tínhamos que pegar o bus de voltas às 4:30. Tiramos algumas fotos ali na entrada mesmo, de onde já dava pra ver bem a montanha.

Na volta na estrada tentamos algumas caronas sem sucesso, até que... a Julie pede pra um caminhoneiro (esses europeus esquecem que tão no sul heheh) Dois caminhões param, uma olha pra cara da outra: e agora? Eu pensei: vou ver a cara do tiozão, se for de boa, já era, senão, pergunto um destino absurdo. Bom, ele tinha uma cara legal hehhe Eu e Pauline subimos em um e as 3 no outro. Huahuah muito engraçado. Ele nos perguntando de onde eramos, o que estávamos fazendo ali. Foi uns 10 min, porque era bem perto.
Chegamos vivas e muito mais rápido do que se tivéssemos voltado a pé. Comemos na lanchonete e ficamos ali esperando o bus. Todas estavam exaustas, com dores no corpo. Eu queria tirar mil fotos, mas não tinha coragem de sair da cadeira. Começou um vento animal, muito forte, mas não tinha onde se esconder.

Enfim, o bus chegou e voltamos para Mendoza.


Assim foi, mais ou menos, minha aventura de fim de semana. Por mais que eu escreva, que eu conte, por mais fotos que eu tire e mostre, nunca vou conseguir expressar o que vi, o que senti. Um resumo: valeu a pena! Uma dica: conheça os Andes ;)

11 de maio de 2011

Atualizando...

Sumi, né?
Não adianta, não consigo fazer desse blog um diário.
Primeiro porque agora o tempo está começando a ficar curto, tenho que estudar mais. Segundo que tenho procurado não ficar muito no pc, para tudo que me chamam eu vou! Internet vou ter pra sempre, Argentina não!

Bom, desde terça passada fiz bastante coisa, mas nada de especial. Aaahh, agora tenho roupa de frio! hehhe Mas bem agora deu uma esquentada (lê-se 10º/20ºC), mas certeza que vou ter muitas ocasiões para usar minhas roupas ainda.
Na quarta de manhã fui ao centro e comprei um casaco legal, uma cacharrel, uma calça de moletom, meia, uma blusinha e meia-calça de lã. Queria comprar muita mais coisas, mas a grana não deu. Mas com essas coisas já consigo começar a enfrentar o frio. À noite fomos no cine da universidade, não sei se já falei dele aqui. Fica bem no centro e tem preço bem acessível, 12 pesos (contra 20/28 do shopping); porém só passa filmes fora do circuito. Assistimos Você vai encontrar o homem dos seus sonhos, do Woody Allen. Bem legal, bem Allen, faz pensar na vida. #recomendo
Na quinta tive uma surpresa não muito boa... descobri que vou ter prova dia 26 deste mês. A questão é que eu estava programando de ir pro Chile dia 24, pq dia 25 é feriado, aí emendava até domingo por lá. Bom, melou. Vou ter que me reprogramar. O chato é que daqui pra frente é mais difícil, porque começa as provas... Mas, também tive uma surpresa boa: na aula de Teoria a professora super elogiou um trabalho que eu, a Julie e a Pauline fizemos. Falou que foi o melhor da classe, isso porque nem temos o castelhano como língua nativa. Detalhe: falou isso na frente da sala toda e o pessoal está no terceiro ano! À noite começou a despedida do Miguel... =( Ele veio pra cá só pra fazer estágio, então segunda ele foi embora pro Chile. Fomos num restaurante chamado Las Tinajas (tem na Argentina toda), onde você paga 45/50 pesos e come TUDO a vontade. Sério, tudo, desde salada, até peixe, churrasco, pasta, acompanhamento e até sobremesa! Nem precisa falar a maneira que saimos de lá, né? No outro dia não consegui comer nada no café da manhã hahaha
Na sexta fomos ao centro pela tarde, mas como fomos depois do almoço, pegamos a siesta. Sabíamos que ia ser assim, mas é que estávamos na facul e ficamos com preguiça de ir pra casa e depois sair de novo. Bom, foram quase 3 horas na rua, tomando sorvete, café, torta e jogando conversa fora esperando as lojas abrirem. À noite fui na casa das meninas do Rio jantar tacos. Tava bem bom. Conhecemos uns argentinos gente boa.

Sabadão não é dia de ficar em casa. Então, simbóra pra Maipú.
Maipú é uma cidade bem perto daqui, como Lujan de Cuyo, onde há váaaarias bodegas. Fomos fazer outro tour de bici. Foi legal pois não tive que pedalar tanto como em Luján porque as bodegas são mais perto uma da outra, e também vimos lugares diferentes, como um lugar de azeites e doces e um com cervejas artesanais. Um dia bem agradável.
Á noite era pra ser a despedida oficial do Miguel, mas acabou sendo meio miado. Fomos convidados para ir num bar ver a banda do hostel onde o pessoal mora, tocar. Chegando lá [num frio do cão] era um bar super alterna, rock'n'roll, com direito a várias motos e pessoal de jaqueta de couro hauhauha Como disse o Miguel: mais uma história pra eu contar no meu blog. Enfim, não tava muito a nossa cara. Saimos de lá umas 2:30h para ir em outro lugar, mas o pessoal tava desanimado. Acabou todo mundo voltando pra casa.
Vista de onde fizemos piquinique em Maipú

Domingo dia das mães, mas não consegui falar direito com a minha. A dona Sandra já está acostumada com a  filha que nunca está junto dela nesse dia. Sempre tô em Bauru e agora, aqui. Ela passou o dia todo na Estiva e a noite eu sai. Tirei o dia para estudar, porque na quinta tenho que entregar um trabalho, mas a noite fomos no hostel nos despedir do Miguel =,( Tomamos um chá da noite, com panquecas deliciosas que a Pauline fez e muito doce de leite, claro! Aí... foi hora de dar tchau. O Miguel deu flores para cada menina oooww, ele que vai embora e a gente que ganha mimo. Foi bem triste, mas daqui uns dias, se Deus quiser, vou visitar ele em Santiago. Comecei a pensar como vai ser triste as despedidas em julho... Tenho certeza que vou sentir muita falta do pessoal...

Segunda , volta o ritmo facul. Aula às 8 e o dia todo estudando em casa, nem fui ao comedor.
Ontem, também, aulas e reunião de trabalho em casa. Porém, hoje acordei mais feliz. Na madrugada, às 2h, recebo uma mensagem do Rafa: Acordaaaaaaa, tem ingresso pro jogo da Copa América no site. hehhe
Acho que não cheguei a comentar aqui, mas a Argentina é sede da Copa esse ano e Mendoza vai receber Chile, Uruguay, México e Peru. Simplesmente o estádio é a poucas quadras da minha casa! Eu TENHO que ir! E queria muito ir na partida Chile X Uruguay, dois times bem legais (aaaaai, Forlan!), já que não tem Brasil (vão jogar em Córdoba, mas provavelmente joguem aqui também, nas semi finais). Enfim, semana passada os ingressos começaram a ser vendidos a meia noite, fui comprar às 11 do outro dia e não tinha mais! Mas, agora tá tudo certo, dia 08 de julho, tá eu lá vendo meu primeiro jogo de seleções.
Hoje, outro dia de estudos. Pela manhã, reunião de trabalho na facul e a tarde trabalho aqui em casa.
Tirei a noite pra botar o papo em dia na net, mas parece que todo mundo resolveu ficar off. O jeito é conversar por aqui! heheeh

3 de maio de 2011

E chegou!

Chegou com tudo!
Ontem fui para a faculdade com 2ºC e hoje com 3ºC. Foi respirar fundo e sair na rua, a boca soltava fumaça direto. O mais diferente pra mim está sendo caminhar na rua, a 1 hora da tarde, com um céu lindo azul, super sol, maaas 8ºC. O bom daqui, pelo menos, é que sempre faz sol e quase não venta. Isso ajuda a enfrentar o frio.
Ainda não comprei tudo que eu preciso, ontem eu e as meninas fomos no shopping, mas tudo que eu gostava era muito caro. Vou ter que bater perna no centro mesmo.
Outra novidade pra mim também, está sendo os ambiente com calefação. É a mesma coisa do ar condicionado no Brasil, que quando está 40ºC na rua, está fresco dentro de um lugar e se tem aquela sensação de alívio por estar ali. Aqui também. É super quente as lojas e inclusive a faculdade. Hoje mesmo, fui com 3 blusas e 1 cachecol. Chegando na sala, tive que tirar o cachecol, 1 blusa e abrir a outra, de tão quente que estava.
Aqui em casa também tem aquecedor, então o difícil é só enfrentar a rua.

Ah, e como toda casa tem seus problemas... Há uns dias a banheira entupiu =/ O jeito foi comprar Diabo Verde argentino. Nunca havia precisado usar essas coisas... mais uma experiência nova aqui! hehhe

Bom, gentem, é isso. De resto está tudo na Santa paz. Casa-estudo-amizades-saidas-programação de viagens... E agora tenho minha mãe no MSN! hehehe Esse intercâmbio não está fazendo uma revolução só na minha vida...